Qual a
Postura Ideal Para o Professor na Contemporaneidade?
O ensino no Brasil já
passou por várias fases desde a chegada dos portugueses há mais de quinhentos
anos.
Inicialmente a Igreja com seus representantes jesuítas tinham como missão catequizar os nativos brasileiros em nome de Cristo.
Inicialmente a Igreja com seus representantes jesuítas tinham como missão catequizar os nativos brasileiros em nome de Cristo.
Já em meados do século
XVIII ainda no período colonial é implantado através da reforma pombalina o
ensino público com base nas Cartas Régias, ainda assim manteve-se o “Ensino
Religioso” nas escolas, e tampouco o ensino era universalizado na sociedade
daquele período.
Com a vinda da Família
Real no início do século XIX algumas mudanças começaram a ser empreendidas
neste sentido, inauguram-se algumas Escolas superiores como as Academias
Militares e a Escola de Medicina, mas ainda assim o acesso era pra poucos e
privilegiados.
Somente na época da implantação
da Nova República alguns pensadores lançaram efetivamente um Manifesto no qual
reivindicavam uma educação gratuita e laica, chamado "Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova”, foi um movimento importante e que viria a
influenciar os modelos de educação até a contemporaneidade.
Durante todo esse período
a educação privilegiou outros motivos que não o educando o mais importante
objeto dessa relação ensino-aprendizagem. O papel do professor passou por:
evangelizador, detentor do conhecimento, transmissor dos conhecimentos
acumulados etc.
Então refletindo sobre a História da Educação no Brasil, e a realidade que há muito foi instaurada neste país,
venho divagar um pouco sobre o tema.
Acredito no Brasil como um
país democrático e carente de pessoas conscientes do sentido de “Ser Cidadão e
Ético”, pois, no nosso país as leis foram criadas antes das pessoas terem
noções sobre esses conceitos e tampouco exercerem o mesmo. Neste sentido
gostaria de trazer umas palavras do Paulo Freire:
A
necessária promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita
à distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência
boniteza de mãos dadas. Cada vez me convenço mais de que, desperta com relação
à possibilidade de enveredar-se no descaminho do puritanismo, a prática
educativa tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de decência e de pureza.
Uma crítica permanente aos desvios fáceis com que somos tentados, às vezes ou
quase sempre, a deixar as dificuldades que os caminhos verdadeiros podem nos
colocar. Muheres e homens, seres histórico-sociais, nos tornamos capazes de
comparar, de valorar, de intervir, de escolher, de decidir, de romper, por tudo
isso, nos fizemos seres éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a
condição, entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe,
sequer, da ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da ética,
entre nós, mulheres e homens é uma transgressão. É por isso que transformar a
experiência em puro treinamento técnico é amesquinhar o que há de
fundamentalmente humano no exercício educativo: o seu caráter formador. Se se
respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se
alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar. (FREIRE,
1996)
Neste sentido o professor na contemporaneidade
deve estar atento não só ao conteúdo lecionado, mas também praticar com seus
alunos o “ser ético” socialmente, pois, temos um Brasil arraigado no chamado
“jeitinho brasileiro”, em que as pessoas cometem pequenos atos de corrupção,
sem terem de fato conhecimento e consciência profunda do que estão fazendo,
noss@s alun@s criticam a postura dos políticos, mas, no fundo estão cometendo
uma prática parecida com a que estes praticam, porém, em menor escala, o que
não muda, tampouco os isentam de serem colocados no mesmo patamar.
Como educadores devemos termos
sempre uma postura ética e cidadã, dialogar com os educandos instigando-os a
ter uma postura política, independente de suas orientações, possibilitando um
diálogo aberto e de crescimento como cidadãos éticos e conscientes de suas
escolhas. O professor não deve ter atitudes autoritárias, mas ao contrário, ter
uma relação de troca, de contribuição/corroboração entre saberes adquiridos por
ambas as partes, “ensinar inexiste sem aprender e vice versa” (FREIRE1996).
Agindo dessa maneira, creio
que o educador estará contribuindo bastante para formar futuros cidadãos éticos
e conscientes de seus direitos e deveres, diante de uma sociedade em
transformação como a nossa. Dessa maneira poderíamos dizer conforme Piajet nós
educadores estaríamos contribuindo para uma formação de seres “autônomos” e
capazes de discernir melhor, sobre as posturas políticas em nossa sociedade, o
que poderia acarretar numa grande transformação social, possibilitando uma
sociedade mais igualitária e justa.
Referência bibliográfica:
- Cunha,
Marcus Vinícius. A DUPLA NATUREZA DA ESCOLA NOVA: PSICOLOGIA E CIÊNCIAS
SOCIAIS. Cad. Pesq., São Paulo, n.88, p.64-71, fev. 1994
-
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
-
Yves de La Taille. DESENVOLVIMENTO DO JUÍZO MORAL E AFETIVIDADE NA TEORIA
DE
JEAN PIAGET In: PIAGET, VYGOTSKY, WALLON: Teorias Psicogenéticas em Discussão.
Yves de La Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas
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