segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Amare

O amor é preenchimento 
E não é só um sentimento
O amor é um estado
Um estado de espírito 

Amor é uma forma de viver
O amor é um instrumento
É o que faz o mundo se mover
E também é o mandamento

O amor é o que nos faz
O que nos faz mais parecidos com Deus
O amor é solução 
Solução para todos os meus

O amor é tudo o que eu tenho
E eu agradeço a Deus por você existir
Pois você eu amo demais
E o amor é tudo pra mim


    

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Poema de Regresso


Oh singela Ibirité!
Estou de volta para os teus braços!
Quanta saudade senti
Do teu aconchegante cheiro de mato.


Da rua Diamantina onde nasci
Da Tabajara onde cresci
Do Yolanda onde estudei
Da minha avó que aqui deixei.


Senhora que amo tanto, tanto!
Que até dói o coração
Como viver assim
Mergulhado na solidão?


Oh singela Ibirité!
Como és linda aos meus olhos
Tu abrigas aquela serra
Aquela onde a moça rolou
E que a Mário de Andrade inspirou.


Abrigas também o Zé Tadeu
Onde jaz minha mãe querida
Vitimada pela agonia
Da pobreza que a sucumbia.


Oh singela Ibirité!
Tudo era saudade.
Desde o dia em que saí
Só vi desgraça e iniquidade.


Estou de volta para os teus braços!
Descendo a rodovia do Renato
Vejo teu templo azul cobalto
De noite todo iluminado
E pela Virgem das Graças abençoado.


Oh singela Ibirité...

                                               Hudson Anunciação.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Carrego em mim a vontade de me fazer infinita.
A vontade de tecer um tapete irreal, sem costura no fim.
Vontade entalada na minha garganta, apertada no peito.
Carrego em mim, e também no outro,
essa vontade latente de ser eu e o universo inteiro,
ilimitada, irrestrita.
Sem medo.
Carrego em mim um espelho do mundo,
E choro o teu pranto diário, sem vergonha.
Carrego em mim, nascimentos prematuros e mortes arrastadas que enaltecem os noticiários.
Carrego o ódio, o amor e as suas variáveis.
Carrego possibilidades destoantes de transformação.
Levo tudo no colo, nos braços e na alma.
Sou acostumada a ler poesia,
decifrá-las,
mergulhar nas palavras,
fazer parte, tomar parte
Nunca (ou quase nunca)
Escrevê-las
Mas o teu corpo,
O retrato do teu olho,
A tua boca,
O seu cheiro
e tudo que de alguma forma
-por acaso do destino, ou fatalidade cotidiana-
me é você,
Me faz querer escrever-te
(Justo tu, que por si só já é poesia)
Com a boca,
com a língua
Sempre em duo,
sempre entre,
sempre.
A poesia é só uma desculpa.

lua em câncer

Depois de tentar racionalmente
Entender as suas variáveis, extrapolo.
Deixo a sanidade de lado,
Clamo o exotérico, abandono a minha descrença
Faço o seu mapa astral
Faço jogos de Tarôt
Consulto ciganas
E até a numerologia tem ajudado
E, mesmo assim,
Após lê-lo
Quase que inteiro,
Permaneço ignorante
E só não desisto
Porque o horóscopo diz que
O trânsito lunar,
Prevê o êxito.

Ensaio sobre as virtudes da (des)honestidade

Li meu reflexo no espelho
E menti para expressão que ali deixei, imutável como as fotografias
E segui com o dia como se me sentisse viva, ilesa.
Mas não esqueci a verdade omitida
Que a cara estampada, fria,
Imperfeita e sem maquiagem (como que dada ao tapa)
Impôs: O passar do tempo, reprimiu a liberdade.

Resposta à crítica

Para o grupo do livro: "Identidade: textos de gaveta" Vocês poderiam utilizar algum(a) autor(a) que desse sustentação às ideias iniciais do trabalho. Isso porque, inegavelmente, um embasamento teórico permite dar maior credibilidade ao trabalho.
- O livro é inteiramente autoral, sendo assim, não precisamos de embasamento teórico, já que não é uma dissertação, uma pesquisa ou uma tese. Caso fosse uma pesquisa, a crítica de vocês seria aplicável. Obrigada por comentar :)

Para o grupo do livro: "Identidade: textos de gaveta" Considerando que a introdução necessita instigar o leitor, talvez mais como sugestão do que questionamento, não vale contextualizar esses textos: De quando são esses textos? Falam de quê? Foi pensado no registro desses textos para que não correrem o risco de se configurarem como plágio? 
 -Os temas são livres, autorais e de livre interpretação para os leitores, sendo assim, não temos como falar na introdução do que se trata cada texto, já que não abordaremos um assunto específico, mas podemos adiantar que contém fatos cotidianos, romance, ódio, saudade... enfim, sentimentos intrínsecos e pessoais.

-Não havíamos pensado no registro, obrigada pela dica.




domingo, 11 de dezembro de 2016

Esculpida



Sua eu já sou
Não desde ontem
Ou hoje ou a alguns dias

Sou sua desde que nasci
Fui moldada, treinada
Preparada pra você

Porém não fui criada perfeita
Dei uns tropeços
Mas acertei uns arremessos

E enfim cheguei a você
Mesmo que ainda com defeitos
Me esforcei e conquistei

E enfim te mostrei e entreguei
O amor que criei todos esses anos
Esperando por você


Gabriela Morais


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Tempo Antagônico

Era uma quarta-feira
Dia quente, abafado
Assim mesmo a vida corria
Arrastando os dias inacabados

Mas ele não corria atrás
Ele não queria mais
Ser levado pela correnteza
Que ia contra seus ideais

Mesmo assim a vida o chamava
Se não queria acordar
Ela o acordava
Dizia que não dava tempo
Que muita coisa o esperava

Mas ele não se importava
Ele não tinha tanta pressa
Que vida essa autoritária
Que deixava de lado o que interessa

A vida era ligeira
Já era sexta-feira
Não queria brincadeira
Ela queria perdurar

Mas ele insistia
Em viver cada momento
Almejava o sentimento
De poder se libertar

A vida desistiu e foi seguir o seu caminho
Pois o tempo era corrido e não podia esperar
Então ele ficou para trás sozinho
E dono do próprio destino, decidiu ir se encontrar

A vida era apressada
Se sentia irritada
Era um domingo insosso
Que se recusava em passar

Ma ele estava sereno
Livre à sua maneira
Para ele o tempo era ameno
E ainda era quarta-feira
 
                                                                                                          Iraê Alice
Sexta-feira

Era uma manhã comum de sexta feira O tempo nublado de outrora passara A vida corria ligeira
Eu provavelmente estava atrasada Ao sair peguei um casaco Do tempo eu sempre duvidava Se ontem muito chovia Nesta sexta lá fora o sol brilhava Era uma manhã comum de sexta feira
Fui ao centro da cidade Logo eu me deparei Com tanta banalidade Com a correria do dia Corriam também as pessoas E eu de longe me continha Para não dizer poucas e boas Me sentia indignada Com a vida desperdiçada Com a vida de fachada Que no mundo perpetuava Vi que ninguém se importava Em dar ao menos um bom dia Era como afasia A emoção se ausentava Era uma manhã comum de sexta feira Mas a vida mesmo ninguém nota Vivem todos alienados Me parece uma anedota É hilário existir e não se importar Com a vida que nos cerca Com o próprio bem estar Até quando haverá Existência sem vida ? Até quando a vida será Uma longa corrida ? Não vejo por que correr Para que se apressar O que há de belo nesta vida Foi feito para se notar Por que não andar devagar? Reparar tudo que há Entender que o sentindo da vida É caminhar para se encontrar Era uma manhã comum de sexta feira Eu decidi andar a pé Divagando a vida alheia Mas queria apenas um café

  Iraê Alice